O relógio e o silêncio
Em uma tarde cinzenta, um relógio parou no momento exato em que o vento sussurrava uma verdade. As paredes, outrora vibrantes, agora absorviam a melancolia de um vazio. As flores, de súbito, perderam a cor, e o canto dos pássaros se tornou um eco distante. Onde antes havia um jardim de palavras, restava apenas o silêncio de uma pedra. O peso do não-dito era o único adorno. E no centro de tudo, uma figura imóvel, observando o tempo dissolver a areia entre seus dedos, entendendo que nem toda tempestade é para ser contida. Algumas são para serem apenas testemunhadas, até que o último grão de areia se vá.